A poesia retorna
No tremor da caneta
– E na mediocridade assumida –
Como uma inimiga,
De concretude impossível,
Como um amor
Reiteradas vezes negado,
Deixado de lado,
Entregue ao bolor e ao tempo.
Volta orgulhosa.
“Fite o horizonte, esqueça o chão
E seus pés (inúteis)
Que não o levarão a lugar algum –
Você está em você”,
Me diz meu maior desafeto,
Contrário a tudo que é pequeno
E também ao tempo, porque passa.
A poesia retorna, e reafirma a mediocridade
– A minha!
“Por que levar a sério o que não é levado a sério?”,
Pergunta meu desafeto. Atesto sua sinceridade,
Enquanto a claridade da noite me consome.