VINÍCIUS E BANDEIRA


SAUDADE DE MANUEL BANDEIRA

(Vinícius de Moraes. Poemas, sonetos e baladas, 1946)


Não foste apenas um segredo

De poesia e de emoção

Foste uma estrela em meu degredo

Poeta, pai! áspero irmão.


Não me abraçaste só no peito

Puseste a mão na minha mão

Eu, pequenino - tu, eleito

Poeta! pai, áspero irmão.


Lúcido, alto e ascético amigo

De triste e claro coração

Que sonhas tanto a sós contigo

Poeta, pai, áspero irmão?




RESPOSTA A VINICIUS

(Manuel Bandeira. Belo belo, 1948)


Poeta sou; pai, pouco; irmão, mais.

Lúcido, sim; eleito, não.

E bem triste de tantos ais

Que me enchem a imaginação.

Com que sonho? Não sei bem não.

Talvez com me bastar, feliz

- Ah feliz como jamais fui! -,

Arrancando do coração

- Arrancando pela raiz -

Este anseio infinito e vão

De possuir o que me possui.







Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Mario Quintana e Paulo Mendes Campos na casa do cronista Rubem Braga (1966).



PILOTO

Minha foto
Bacharel em direito pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) - MG. "Um sujeito preguiçoso e frio, algo quimérico, ravoável no fundo, que malandramente construiu para si próprio uma felicidade medíocre e sólida feita de inércia e que ele justifica de quando em vez mediante reflexões elevadas. Não é isso que sou?" A Idade da Razão - Jean-Paul Sartre.

FORÇA MOTORA

TWITTER