Tenho dois nomes, sou réu confesso do crime de falsidade ideológica. Tenho duas pernas, dois braços, duas faces. Perguntam-me como consigo, digo que eles não existem, são invenções minhas. Ninguém se importa com duas, três faces, contanto que a que exponho agrade à geral. Não me agrada nenhuma das duas e a verdadeira ainda não veio à tona.
Há no calor excesso de vida, o suor é absurdo. As pessoas se mostram grotescas, porém as máscaras permanecem intactas, produtos made in de plástico acrílico, resistentes.