Não há cidade alguma após esta linha que piso. Sim, estou no limite de tudo aquilo que é real - olho para trás, para o lugar de onde vim, vejo arranha-céus e autos cortarem o céu e o asfalto como um estilete tímido. Apenas tenho certeza do que não existe, até meu próprio suor percorre meu corpo como uma salgada mentira – esperançoso toco a linha, quero que minha mão penetre como fantasma o chão.
Em um minuto dois sóis invadem a cidade, derretem-na. A morte da fala, das palavras. Todos os livros são apenas dezenas de páginas em branco - deixo meu corpo cair leve no precipício infinito e branco que se abriu depois da linha. Lanço-me à verdade.